Médio Oriente: Líder do Hezbollah reconhece que a organização está fragilizada

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Naim Qassem, reconheceu hoje que a sua organização está fragilizada e denunciou que as Forças Armadas de Israel cometeram mais de 60 violações do acordo de cessar-fogo em vigor.

Médio Oriente: Líder do Hezbollah reconhece que a organização está fragilizada

Num discurso transmitido pela televisão, o secretário-geral do Hezbollah reconheceu que a formação pró-iraniana ficou “gravemente ferida”, mas que está a recuperar aos poucos, depois de mais de um ano de guerra com Israel, especialmente devido à escalada do conflito nos últimos meses.

“A Resistência foi gravemente ferida, mas está a recuperar lentamente. O Hezbollah é forte graças às suas estruturas, à sua representação parlamentar, à sua popularidade e às suas instituições. É um ator importante no país, juntamente com os outros atores. E continuará a sê-lo”, afirmou.

Nestas declarações, Naim Qassem acusou Israel de não estar a respeitar o acordo alcançado entre as partes em meados do mês passado e que contempla não só o fim dos ataques mútuos, mas também a retirada das tropas israelitas e dos milicianos do grupo islamita do sul do Líbano. E enumerou mais de 60 violações cometidas pelas forças israelitas.

O líder do Hezbollah lembrou ainda a deslocação de mais de 1,2 milhões de pessoas durante a escalada do conflito com Israel, que se concentrou no sul e no leste do Líbano, bem como nos subúrbios a sul de Beirute.

Por isso, Naim Qassem anunciou que o grupo xiita vai iniciar uma fase de “abrigo e reconstrução”, que foi uma promessa do líder assassinado do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita a 27 de setembro, a que chamaram “Promessa e Compromisso”.

“A maior parte do dinheiro para os abrigos será fornecido pelo Irão. Durante o mês de novembro, o Hezbollah decidiu fazer uma doação financeira entre 300 e 400 dólares a cada família deslocada”, disse Qassem.

“Não aceitamos que o nosso povo seja deslocado para locais públicos ou para um local onde seja um fardo para os outros, mas queremos que seja amado, especialmente aqueles que tiveram as suas casas total ou parcialmente destruídas”, acrescentou o líder.

Mais de 4.000 pessoas foram mortas e mais de 16.600 feridas no Líbano durante pouco mais de um ano de guerra entre Israel e o Hezbollah. A grande maioria das vítimas — cerca de 84% — foram registadas nos últimos dois meses.

O fogo cruzado entre o grupo libanês Hezbollah e Israel, iniciado em 08 de outubro de 2023, evoluiu nos últimos meses para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também lançou uma incursão terrestre.

Os ataques israelitas mataram dirigentes de topo do Hezbollah, incluindo o líder do grupo xiita pró-iraniano, Hassan Nasrallah, e provocaram a fuga de dezenas de milhares de pessoas, tanto para outras zonas do Líbano como para a Síria.

O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

RJP // SCA

By Impala News / Lusa

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