Lei europeia que prevê aposta no setor dos ‘chips’ entra hoje em vigor na UE

O regulamento europeu para impulsionar o setor dos semicondutores entra hoje em vigor na União Europeia (UE), para garantir a segurança do aprovisionamento e reforçar o investimento, num apoio de 3,3 mil milhões de euros em fundos comunitários.

Lei europeia que prevê aposta no setor dos 'chips' entra hoje em vigor na UE

Lei europeia que prevê aposta no setor dos ‘chips’ entra hoje em vigor na UE

O regulamento europeu para impulsionar o setor dos semicondutores entra hoje em vigor na União Europeia (UE), para garantir a segurança do aprovisionamento e reforçar o investimento, num apoio de 3,3 mil milhões de euros em fundos comunitários.

Depois do aval do Parlamento Europeu e dos Estados-membros no Conselho, o regulamento relativo aos semicondutores, para impulsionar a indústria de ‘chips’ da UE, entra hoje em vigor, estabelecendo “um conjunto de medidas destinadas a garantir a segurança do aprovisionamento, a resiliência e a liderança tecnológica da UE no domínio das tecnologias e aplicações”, refere a Comissão Europeia em comunicado.

Um dos principais âmbitos da nova lei europeia visa a “transferência de conhecimentos dos laboratórios para as fábricas, colmatando o fosso entre a investigação e a inovação e as atividades industriais e promovendo a exploração industrial de tecnologias inovadoras pelas empresas europeias”, iniciativa suportada, então, por 3,3 mil milhões de euros em fundos comunitários, que deverão ser complementados por verbas dos Estados-membros e privadas.

O investimento é outro dos focos deste regulamento, estando então previsto “um quadro para as instalações de produção integrada e as fundições abertas da UE que sejam pioneiras na União e contribuam para a segurança do aprovisionamento e para um ecossistema resiliente em benefício da União”, de acordo com a instituição.

Está ainda prevista a cooperação entre os 27 países da UE para “monitorizar a oferta de semicondutores, estimar a procura, antecipar a escassez e, se necessário, desencadear uma fase de crise”, adianta Bruxelas.

Os ‘chips’ são pequenos dispositivos compostos por materiais capazes de permitir ou bloquear o fluxo de eletricidade, os chamados semicondutores, e capazes de armazenar grandes quantidades de informação ou de efetuar operações matemáticas e lógicas.

São essenciais para produtos como cartões de crédito a automóveis ou telemóveis, numa altura em que se desenvolvem tecnologias como a inteligência artificial e as redes 5G.

Atualmente, a UE produz menos de 10% dos semicondutores ao nível mundial, pelo que esta iniciativa legislativa visa duplicar esta aposta, para 20%.

Em fevereiro de 2022, a Comissão Europeia propôs um regulamento para responder à crise dos semicondutores, que afetava na altura o fabrico de equipamentos e carros, após os impactos da pandemia de covid-19.

O objetivo é, com o investimento europeu, mobilizar mais de 43 mil milhões de euros de investimentos públicos e privados e prevenir e responder rapidamente a qualquer rutura futura da cadeia de abastecimento, tendo em vista que a UE alcance a sua ambição de duplicar a sua atual quota de mercado para 20% em 2030.

Os semicondutores são circuitos integrados que permitem que os dispositivos eletrónicos – como telemóveis, micro-ondas ou elevadores – processem, armazenem e transmitam dados.

A produção de ‘chips’ é ainda crucial para a indústria automóvel.

Com a paralisação das fábricas e o aumento da procura por equipamentos eletrónicos durante a pandemia, gerou-se uma crise dos semicondutores, que provocou grandes atrasos nas entregas e elevadas perdas para os fabricantes de automóveis e computadores, situação que a UE não quer voltar a ter.

ANE // MSF

By Impala News / Lusa

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