Guterres diz estar alarmado com relatos de bombardeamentos de civis em Myanmar

O secretário-geral da ONU disse estar alarmado com os relatos de bombardeamentos de civis pela junta militar em Myanmar.

Guterres diz estar alarmado com relatos de bombardeamentos de civis em Myanmar

Redação, 19 mar 2024 (Lusa) – O secretário-geral da ONU disse estar alarmado com os relatos de bombardeamentos de civis pela junta militar em Myanmar, numa altura em que os rebeldes continuam a ofensiva contra o exército no norte e oeste.

“[António Guterres] faz um apelo a todas as partes para que evitem incitar ainda mais as tensões entre comunidades. Está alarmado com os relatos de ataques aéreos contínuos do exército, incluindo hoje [segunda-feira] na cidade de Minbya, onde muitos civis terão sido mortos e feridos”, afirmou, na segunda-feira, em comunicado, o porta-voz do secretário-geral da ONU Farhan Haq.

O responsável português manifestou preocupação com a expansão do conflito no estado de Rakhine (oeste), que está a provocar deslocações e a “exacerbar vulnerabilidades e discriminações” já existentes, como a detenção e o recrutamento forçado de jovens rohingya, minoria muçulmana perseguida pelas forças armadas, acrescentou na mesma nota.

Neste sentido, Guterres deixou um apelo à comunidade internacional para que preste atenção à crise no país, reforçando as iniciativas regionais de proteção de refugiados, através da partilha de responsabilidades entre os destinos que recebem civis que fogem de Myanmar (antiga Birmânia).

Afirmou que a solução para o conflito passa por exigir a responsabilização pelas “graves violações” do direito internacional e por abordar as causas da “discriminação sistemática”.

Em outubro de 2023, três grupos rebeldes anunciaram uma ofensiva no estado de Shan (leste), tornando-se num dos maiores desafios para a junta militar birmanesa desde o golpe de Estado, em novembro de 2020.

Com o golpe, a junta anulou os resultados das eleições gerais em que a Liga Nacional para a Democracia da então líder “de facto”, a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, obteve maioria parlamentar.

Os militares argumentaram que houve fraude no processo eleitoral, uma alegação questionada pelos observadores internacionais.

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By Impala News / Lusa

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