Greta Thunberg e outros três ativistas deportados de Israel
Vários ativistas pela paz, entre eles a sueca Greta Thunberg, foram hoje deportados de Israel, informou o Governo israelita, um dia depois de o navio com destino a Gaza em que estavam ter sido apreendido pelas forças armadas locais.

Numa publicação na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita partilhou uma foto de Greta Thunberg num avião, informando que a ativista sueca deixou Israel e estava a caminho da França antes de seguir para a Suécia. O Adalah, um grupo de direitos legais em Israel que representa Thunberg e outros ativistas, disse que três ativistas, entre eles a sueca, e um jornalista concordaram em ser deportados e deixar Israel.
Outros ativistas recusaram a deportação e foram detidos, devendo ser julgados pelas autoridades judiciais de Israel. Thunberg era uma das 12 pessoas a bordo do ‘Madleen’, um veleiro que transportava ajuda destinada às pessoas em Gaza, devastada pela guerra. Ainda em águas internacionais, as forças navais israelitas apreenderam o barco na madrugada de segunda-feira a cerca de 200 quilómetros da costa de Gaza, de acordo com a Coligação Frota da Liberdade, o grupo que organizou a viagem.
A embarcação, acompanhado pela marinha de Israel, chegou ao porto israelita de Ashdod na noite de segunda-feira, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita. Os ativistas afirmaram que estavam a protestar contra a guerra em curso e a crise humanitária em Gaza. Israel afirma que tais navios violam o bloqueio naval que estão a impor a Gaza.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel retratou a viagem como um golpe de relações públicas, afirmando nas redes sociais que “o iate das ‘selfies’ das celebridades está a caminho das costas de Israel em segurança”.
A Coligação da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês), que fretou o barco, confirmou que os militantes estavam sob custódia das autoridades israelitas e que “poderiam ser autorizados a partir de Telavive” já entre segunda-feira e hoje. “Continuamos a exigir a libertação imediata de todos os voluntários”, escreveu a organização na mesma plataforma, considerando que a detenção é “ilegal” e “viola o direito internacional”.
O veleiro, com cidadãos franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses a bordo, partiu de Itália a 1 de junho com o objetivo de “romper o bloqueio israelita” à Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária após mais de 20 meses de guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel.
Imagens partilhadas pela organização mostram os ativistas com coletes salva-vidas de cor laranja, de mãos no ar no momento da interceção, alguns a entregar os telemóveis, conforme instruções recebidas. Pouco antes, alguns lançaram os aparelhos ao mar. A FFC, criada em 2010, é um movimento internacional não violento de apoio aos palestinianos, combinando ações de ajuda humanitária com protesto político contra o bloqueio imposto à Faixa de Gaza. Além de Greta Thunberg, integravam o grupo a eurodeputada franco-palestiniana de esquerda Rima Hassan e dois jornalistas.
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