Obama ataca Trump em convenção sem público e com discursos pré-gravados

O ex-Presidente dos EUA acusou Donald Trump de incompetência e de ser uma ameaça para a democracia, numa das intervenções mais críticas da convenção democrata.

Obama ataca Trump em convenção sem público e com discursos pré-gravados

O ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama acusou Donald Trump de incompetência e de ser uma ameaça para a democracia, numa das intervenções mais críticas da convenção democrata, realizada pela primeira vez de forma virtual.

Barack Obama avisou que a democracia norte-americana está em risco se o atual Presidente, Donald Trump, vencer novamente as eleições, em novembro, acusando o seu sucessor de ser inapto para o cargo e de ignorar os valores do país.

“Esta administração demonstrou que destruirá a nossa democracia se isso for necessário para vencer”, acusou Obama, na terceira noite da convenção democrata, num discurso filmado em Filadélfia, a cidade onde a Constituição dos Estados Unidos foi redigida e assinada.

A alocução de Obama foi uma das maiores condenações de sempre de um Presidente em exercício feita por um dos seus predecessores.

Obama acusou o Presidente republicano de utilizar a presidência para beneficiar os amigos e família e de transformar o cargo mais alto do país em “mais um ‘reality show’ que [Trump] pode utilizar para obter a atenção que deseja”.

Obama pediu aos eleitores que “acreditem” na capacidade do candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, que foi seu vice-presidente, para “tirar o país dos tempos sombrios” do Governo de Donald Trump.

“Ele [Biden] tornou-me num Presidente melhor. Ele tem o caráter e a experiência para tornar o país melhor”, afirmou, num discurso transmitido na Convenção Nacional Democrata, que se realiza, pela primeira vez, de forma virtual, devido à pandemia de covid-19.

Barack Obama foi uma das estrelas desta terceira noite, que contou ainda com discursos da antiga secretária de Estado Hillary Clinton e da líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, numa convenção em que a falta de público e os discursos pré-gravados dificultam mobilização dos eleitores.

O ponto alto do terceiro dia da convenção foi a confirmação de Kamala Harris como candidata a vice-presidente, um momento habitualmente recebido com banhos de multidão e ovações.

Em vez disso, no final de um discurso histórico em que evocou os pais, imigrantes no país, a primeira mulher de ascendência negra e indiana a aceitar aquela nomeação virou-se para os vários écrãs de televisão por detrás do palco para agradecer os aplausos transmitidos pelos televisores, numa sala deserta.

Kamala Harris falou a partir de Wilmington, Delaware, onde reside Joe Biden, o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos nas eleições de 03 de novembro.

A senadora foi depois felicitada pessoalmente por Biden, que entrou na sala a partir da qual o discurso foi transmitido, mantendo, contudo, o distanciamento social.

Os democratas confirmaram oficialmente na terça-feira a nomeação do ex-vice-Presidente Joe Biden como candidato contra Donald Trump nas presidenciais dos Estados Unidos, em 03 de novembro.

A convenção democrata decorre na cidade de Milwaukee, no estado do Wisconsin, até quinta-feira, quando será feito o discurso de aceitação de Biden como candidato daquela força política à Casa Branca.

 

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