Covid-19: Confinamento terá «custo enorme para a economia», diz António Costa
O primeiro-ministro assumiu que o confinamento vai ter “um custo enorme” para a economia, mas defendeu que há agora um melhor sistema de apoios.
O primeiro-ministro assumiu que o confinamento geral vai ter “um custo enorme” para a economia, observou que as verbas europeias ainda vão demorar a chegar, mas defendeu que há agora um melhor sistema de apoios.
“É prematuro fazer estimativas sobre o impacto económico, mas será seguramente bastante relevante”, declarou António Costa na conferência de imprensa que se realizou após o Conselho de Ministros ter aprovado o quadro de medidas de confinamento geral do país, com efeitos a partir das 00h00 de sexta-feira.
Segundo o primeiro-ministro, desde 15 de setembro que o Governo tem vindo a “modelar” as medidas de contenção da atividade para o combate à propagação do novo coronavírus – uma modelação que disse ter sido feita com base na evolução da epidemia de covid-19.
“Quando disse antes do Natal que não hesitaria em puxar o travão de mão se fosse necessário, puxámos o travão de mão logo a seguir na passagem de ano. Todos temos consciência de que um confinamento geral tem custos económicos enormes para as empresas, para as famílias e para o Estado e para todo o setor social”, disse.
No entanto, de acordo com António Costa, “o custo da vida humana não tem preço e Portugal atingiu um ponto em que não é possível hesitar relativamente àquilo que tem de ser feito”, razão pela qual se terá de dar “um passo atrás e adotar medidas de confinamento”.
“Sabemos que temos um Orçamento do Estado para 2021 que fornece um conjunto de ferramentas que ajudam a proteger as famílias, o setor da cultura e as empresas de uma forma melhor do que as medidas que estavam disponíveis em março passado”, alegou o primeiro-ministro.
António Costa afirmou ainda que “foi muito importante” ter existido na União Europeia um acordo geral sobre o fundo de recuperação, “mas infelizmente também se sabe que ainda está longe o momento em que se comecem a realizar transferências para Portugal”.
“Falta-nos ainda que todos os Estados-membros da União Europeia aprovem a decisão que autoriza a União Europeia a aumentar as suas receitas próprias. Temos ainda por concluir as negociações do regulamento do fundo de recuperação a aprovar no Parlamento Europeu – e a nossa presidência está empenhada em concluir rapidamente essas negociações”, apontou.
Depois, ainda de acordo com o líder do executivo, é ainda necessário que se conclua o mais rapidamente possível as negociações de cada um dos planos nacionais de recuperação com a Comissão Europeia.
“Mas não é pelos fundos europeus não estarem disponíveis que nós não adotamos já as medidas necessárias para travar o crescimento da pandemia, para apoiar os profissionais de saúde e, sobretudo, para salvar vidas”, acrescentou.
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