Boris Johnson determinado a “continuar” apesar de derrotas eleitorais

Primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu hoje que vai “escutar” os eleitores, e que vai “continuar” apesar da derrota do Partido Conservador em duas eleições legislativas parciais para partidos da oposição.

Boris Johnson determinado a

Primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu hoje que vai “escutar” os eleitores, e que vai “continuar” apesar da derrota do Partido Conservador em duas eleições legislativas parciais para partidos da oposição. Em declarações aos jornalistas no Ruanda, onde se encontra numa reunião da Commonwealth, reconheceu os “resultados difíceis”, que atribuiu à inflação e o impacto no preço da energia, combustíveis e comida.

Covid-19: Boris Johnson assume responsabilidade por “festas” mas recusa demissão
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou hoje estar “envergonhado” e ter aprendido “a lição”, mas recusou demitir-se na sequência de um inquérito a “festas” que violaram as restrições da pandemia covid-19 na residência oficial, em Downing Street (… continue a ler aqui)

“Penso que como governo tenho de ouvir o que as pessoas dizem, em particular as dificuldades que as pessoas enfrentam em relação ao custo de vida, o que penso que para a maioria das pessoas é a questão número um”, afirmou. O líder Conservador, que na véspera tinha considerado um “absurdo” demitir-se por causa de eleições intermédias, prometeu fazer mais e continuar: “tendo em conta as preocupações das pessoas até ultrapassarmos este mau bocado”.

Entretanto, o presidente do Partido Conservador, Oliver Dowden, apresentou a demissão, alegando que as duas derrotas são “os últimos de uma série de resultados muito fracos para o partido”. “Os nossos militantes estão irritados e desapontados com os acontecimentos recentes, e eu partilho os seus sentimentos. Não podemos continuar o trabalho como habitualmente. Alguém tem de assumir a responsabilidade”, escreve numa carta dirigida a Johnson.

Em Wakefield, o Partido Trabalhista recuperou um assento que tinha perdido para os ‘tories’ em 2019 ao arrebatar 47,9% dos votos, contra 30% do Partido Conservador. Hoje, as pessoas de Wakefield falaram em nome dos britânicos. Eles disseram, firmemente: Boris Johnson, o seu desrespeito por este país já não é tolerado”, afirmou após o anúncio o deputado eleito, Simon Lightwood.

Para o líder do ‘Labour’, Keir Starmer, o resultado no circulo eleitoral do norte de Inglaterra “mostrou que o país perdeu a confiança nos Conservadores” e reivindicou este resultado como um “veredicto claro sobre um Partido Conservador que ficou sem energia e ideias”.

Mas foi em Tiverton and Honiton, no sudoeste de Inglaterra, que ficou exposta a fragilidade do Partido Conservador, onde perdeu para os Liberais Democratas, que conquistaram 52,9% dos votos, uma subida de 38% face a três anos atrás.

O Partido Conservador, que tinha conquistado 60% dos votos em 2019, ficou-se pelos 38,5%.  O deputado eleito, Richard Foord, avisou “os deputados Conservadores que continuam a apoiar o primeiro-ministro débil”. “Os Liberais Democratas vêm aí”, disse Richard Foord. Se não tomarem medidas para restaurar decência, respeito e os valores britânicos em Downing Street, também arriscam derrotas eleitorais com aquelas a que assistimos aqui”, garantiu.

O líder dos ‘Lib Dems’, Ed Davey, reivindicou a maior reviravolta eleitoral na história britânica e reiterou o pedido de demissão sobre Boris Johnson.  “A população de Tiverton and Honiton falou em nome do país. As pessoas já estão fartas das mentiras e do desrespeito pela lei de Boris Johnson e está na altura de os deputados conservadores finalmente fazerem o que está certo e o despedirem”, afirmou.

Boris Johnson sobreviveu a uma moção de censura interna no início de junho ao obter 59% dos votos dos deputados do Partido, determinando as regras que não se possa repetir uma nova moção no espaço de 12 meses.

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