A aposta de Jorge Jesus em Talisca e o bate-boca com José Mourinho

No livro Mister Jesus – 30 Anos de uma Carreira Ímpar, de Rui Pedro Braz sobre Jorge Jesus, o autor recorda a contratação de Anderson Talisca que deu origem a uma troca de galhardetes com José Mourinho.

A aposta de Jorge Jesus em Talisca e o bate-boca com José Mourinho

Mister Jesus – 30 Anos de uma Carreira Ímpar, de Rui Pedro Braz, chega ao mercado brasileiro já no próximo dia 10 e ao português três dias depois, a 13 de dezembro. O Portal de Notícias da Impala já leu a obra e revela ,antecipadamente e em exclusivo, algumas das passagens mais marcantes da obra sobre o treinador que levou o nome de Portugal mais além no Brasil. A aposta de Jorge Jesus em Anderson Talisca, enquanto treinador do Benfica, e o bate-boca com José Mourinho são algumas das histórias contadas pelo autor.

O rigor e a aposta em Talisca

«Nos últimos três anos de Benfica, as contratações do clube e do próprio Jesus começaram a ser cada vez mais criteriosas, tentando mexer o mínimo possível no plantel e contratando mais pela certa do que na mera tentativa de descobrir talentos ocultos», recorda o autor.

Jorge Jesus começou a apostar num maior rigor no mercado de transferências, mas mesmo assim os Encarnados decidiram arriscar em Anderson Talisca. «Contratado por 4 milhões de euros, fez 44 jogos e 11 golos no seu primeiro ano de Benfica com Jorge Jesus. No auge da sua explosão inicial, Talisca desatou a marcar golos a uma velocidade estonteante e o próprio Jorge Jesus enalteceu a capacidade do Benfica de contratar um jovem desconhecido de apenas 20 anos ao modesto Bahia.»

«Dizem que o Talisca era desconhecido, mas é tão desconhecido que só não está a jogar em Inglaterra porque não tem licença de trabalho»

Na altura, até Mourinho teceu comentários sobre o jogador. «José Mourinho, na altura treinador do Chelsea, estava atento e também se referiu publicamente ao avançado brasileiro: ‘O Benfica contratou muito bem. Dizem que o Talisca era desconhecido, mas é tão desconhecido que só não está a jogar em Inglaterra porque não tem licença de trabalho. Se a tivesse, já estaria cá. Havia muitas equipas inglesas, grandes e importantes, que o queriam. Houve até quem o quisesse contratar mesmo sabendo que ele não podia jogar em Inglaterra, para pô-lo a jogar num campeonato menor e esperar que eventualmente chegasse à Selecção brasileira para depois obter a necessária licença de trabalho’», recorda. Mas Jesus não gostou e respondeu. «Eles conheciam tão bem o Talisca em Inglaterra, como eu conheço o D’Artagnan».

Trocados alguns galhardetes, foi Jorge Jesus quem decidiu colocar um ponto final na conversa, dizendo: «Não quero polémicas, até para bem do futebol português».

«Um ano depois, Jesus saiu do Benfica e Talisca, apesar de mais 9 golos em 34 jogos, perdeu espaço no clube por razões que ainda hoje não são claras, sendo emprestado ao Besiktas, da Turquia, onde provou toda a sua qualidade com 37 golos em 80 jogos», recorda Rui Pedro Braz.

Texto: Joana Ferreira com Luís Martins | WiN; Fotos: Bertrand Editora, Reuters, Arquivo Impala e D.R.

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Pré-publicação da biografia «Mister Jesus», de Rui Pedro Braz

 

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