Sustentabilidade do sistema de pensões português revela fraca prestação
Portugal integra pela primeira vez o índice mundial de pensões da Mercer, surgindo em 24.º lugar numa lista de 44 países, abaixo do valor médio e com uma das prestações mais baixas em termos de sustentabilidade, foi hoje divulgado.
O índice mundial de pensões 2022 da Mercer e do Instituto CFA engloba os sistemas de pensões públicos e os planos privados, resultando numa “visão global” relativamente a 44 países, representando 65% da população mundial, indicou Cristina Duarte, da Mercer em Portugal. Os resultados baseiam-se num sistema de média ponderada para medir os indicadores de adequação, sustentabilidade e integridade de cada sistema de pensões face a mais de 50 indicadores. Portugal surge em 24.º lugar, com uma pontuação global de 62,8, inferior ao valor médio (63,03).
Em termos de adequação, Portugal obteve 84,9 pontos, e em relação ao indicador integridade somou 73,9 pontos. A prestação menos positiva foi no indicador de sustentabilidade, onde Portugal pontuou 29,7, sendo o sexto país com a pontuação mais baixa. O sistema de pensões da Islândia lidera a lista, com 84,7 pontos, pelos Países Baixos (84,6) e a Dinamarca (82,0). A Tailândia teve a pontuação mais baixa do índice (41,7).
“As pessoas têm vindo a assumir mais responsabilidade pelas suas poupanças para a reforma há algum tempo”, sublinha Cristina Duarte, acrescentando que “em pleno período de elevados níveis de inflação, taxas de juros crescentes e maior incerteza sobre as condições económicas, as pessoas fazem-no num ambiente cada vez mais complexo e volátil”.
“Apesar das diferenças nas influências sociais, políticas, históricas ou económicas entre os territórios, muitos destes desafios são universais. E embora as reformas necessárias possam levar tempo e uma ponderação cuidadosa, os decisores políticos devem fazer o máximo para garantir que os sistemas de pensões tenham os devidos apoios e sejam bem regulamentados”, defende a responsável da Mercer.
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