Produtores temem impacto de campanha alemã contra agricultura intensiva do Alentejo e Algarve

Alemães contra agricultura intensiva boicotam fruta de estufas do Alentejo e Algarve. A associação de fruticultores de Odemira e Aljezur lamentou hoje esta campanha temendo um impacto momentâneo, mas sem “expressão significativa” nas vendas.

Produtores temem impacto de campanha alemã contra agricultura intensiva do Alentejo e Algarve

Produtores temem impacto de campanha alemã contra agricultura intensiva do Alentejo e Algarve. Alemães estão contra a agricultura intensiva e boicotaram a fruta de estufas destas regiões portuguesas.

“Posso fazer um primeiro comentário, que é, naturalmente, o de lamentar esse tipo de campanha”, disse à agência Lusa o presidente da Associação dos Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), Luís Mesquita Dias.

O responsável lamentou também que, embora a campanha decorra na Alemanha, tenha sido “muito alimentada” por outras “relativamente idênticas” em Portugal, por “pessoas que, sabendo que a exceção não é regra, fazem passar do país e da região e do setor uma imagem que não corresponde efetivamente à realidade”.

Questionado sobre se teme que a campanha possa prejudicar as vendas de frutos produzidos nos concelhos de Odemira e Aljezur, nomeadamente as exportações para a Alemanha, Luís Mesquita Dias respondeu que “mentiria” se não temesse “alguma implicação”.

O responsável disse que a AHSA sabe que “a generalidade dos consumidores está já muito familiarizada com este tipo de campanhas de demonização de alguns produtos e de algumas práticas” e, por isso, admite que, “um pouco como acontece com estas situações”, a campanha alemã “pode ter um impacto momentâneo” em “alguns consumidores”.

Contudo, o responsável duvidou “que tenha expressão significativa de maneira que os associados [da AHSA] cheguem a ressentir-se do ponto de vista das suas vendas”, admitiu, sem precisar números relativos às exportações dos produtores locais para a Alemanha.

Já do “ponto de vista reputacional”, Luís Mesquita Dias vincou que “revolta profundamente” à AHSA ver os nomes de Portugal, da região, da associação e dos seus associados “maltratados na praça pública”.

Mas, se a AHSA, “com a ajuda” da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal e da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, “continuar a dar informação sobre aquilo que se faz no país, as pessoas vão perceber que aquilo que está a ser descrito não corresponde à realidade, pelo menos de uma maneira geral e na maioria dos casos”.

De acordo com o manifesto, as estufas alentejanas consomem a pouca água existente

Segundo a SIC Notícias, está em marcha na Alemanha uma campanha contra as culturas superintensivas no Alentejo e no Algarve, sobretudo as estufas de frutos vermelhos e de abacate, respetivamente.

Os promotores da campanha, cuja rosto é a ativista alemã Friederike Heuer, exortam os consumidores alemães a boicotarem os produtos com origem nestas culturas superintensivas. O manifesto que circula nas redes sociais alemãs diz que as culturas consomem a pouca água existente, degradam os solos e exploram os “escravos modernos da Ásia, de África e da Europa de leste”.

Luís Mesquita Dias argumentou também que o setor e as empresas associadas da AHSA estão “conscientes e tranquilos relativamente à generalidade das práticas no território, que são de altíssima qualidade, no sentido ambiental, no sentido laboral”.

E estão “empenhadíssimos em ajudar a resolver o problema da habitação” de imigrantes que trabalham em explorações agrícolas naquele território, disse. Trata-se de “um problema que, em grande medida, deveria ser resolvido pelas entidades públicas”, mas do qual as entidades privadas “se estão a corresponsabilizar e a tentar ajudar a resolver”, frisou.

“E, portanto, a partir daqui, temos que continuar a trabalhar como fazemos, reunir o máximo de informação objetiva possível para contrariar com fatos aquilo que entendemos que são calúnias e esperar que os consumidores tenham o bom senso de continuar a comprar produtos de enorme qualidade”, defendeu.

 VEJA AGORA
Festa das Rosas em Viana do Castelo classificada património cultural imaterial
Festa das Rosas em Viana do Castelo classificada património cultural imaterial
A Festa das Rosas de Vila Franca, em Viana do Castelo, romaria que se realiza há 399 anos, foi hoje formalizada no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como consta do anúncio publicado em Diário da República (… CONTINUE A LER AQUI)

Impala Instagram


RELACIONADOS