Portugal entre os países com menor expectativa de vida saudável após a reforma
De acordo com dados de OCDE e Eurostat trabalhados pela Statista, os portugueses terão apenas pouco mais de 7 anos de vida saudável após a idade de reforma.
Juntamente com o poder de compra, a idade da reforma, que no nosso país voltou a subir, são um dos temas políticos mais debatidos na Europa nos últimos anos. A esperança de vida da população é um indicador que surge frequentemente nos debates sobre a idade legal para estabelecer a reforma. Assumindo que a esperança de vida saudável – isto é, sem qualquer tipo de incapacidade – é ainda mais relevante. Assim, quantos anos podem os europeus esperar desfrutar da reforma com boa saúde.
Em média, nos 29 países europeus apresentados no mapa com dados do Eurostat e da OCDE, a esperança de vida saudável após a reforma era de cerca de 12 anos em 2022 (na UE a 27: 11,7 anos), para uma idade média efetiva de saída do mercado de trabalho de 63 anos.
Noruegueses, eslovenos e luxemburgueses são os que podem esperar gozar a reforma com boa saúde durante mais tempo (15 a 16 anos, em média). Malteses, belgas, franceses e suecos (14 a 15 anos) também ficam acima da média europeia. As duas nações escandinavas, Malta, Eslovénia, França e Bélgica estão entre os oito países da região estudada que apresentam a maior esperança de vida sem deficiência após os 65 anos.
Outros indicadores, como a idade média de saída do mercado de trabalho, também influenciam o número médio de anos com boa saúde que pode esperar-se viver depois de nos reformarmos. Por exemplo, é no Luxemburgo e na Eslovénia que encontramos a idade média efetiva mais baixa para abandonar o mercado de trabalho (cerca de 60 anos).
Os que estão em pior situação são os reformados bálticos, portugueses e romenos, para os quais a esperança de vida sem invalidez é inferior a 10 anos. Desce para 7,3 anos em Portugal, para menos de 7 anos na Estónia e para menos de 5 anos na Roménia. As médias nacionais são o resultado de uma combinação de uma idade média de reforma tardia (65 anos ou mais) e de fracos indicadores de saúde da população.
Importa notar que trata-se de médias a nível nacional e que as durações variam de acordo com as categorias socioprofissionais e o nível de vida. Em França, por exemplo, se olharmos para a esperança de vida geral, os números do INSEE mostram que os trabalhadores vivem em média 6 anos menos que os gestores e que os 5% mais pobres morrem em média 13 anos mais cedo do que os 5% mais ricos.
Enriquecido com estudos mais detalhados sobre a esperança de vida saudável de acordo com a profissão, este indicador poderá potencialmente tornar possível a construção de sistemas de reforma mais equitativos e transparentes.
Statista
Siga a Impala no Instagram