Portugal mantém 14º lugar em ‘ranking’ de serviços de saúde europeus

Portugal manteve em 2017 o 14.º lugar no ‘ranking’, melhorando em alguns indicadores, mas com posições menos favoráveis ao nível das infeções hospitalares e do número de das cesarianas.

Portugal mantém 14º lugar em 'ranking' de serviços de saúde europeus

Portugal manteve em 2017 o 14.º lugar no ‘ranking’ que avalia os serviços de saúde dos europeus, melhorando em alguns indicadores, mas com posições menos favoráveis ao nível das infeções hospitalares e do número de das cesarianas.

Elaborado pela organização Health Consumer Powerhouse, o Euro Health Consumer Index (EHCI) é uma classificação anual dos sistemas de saúde nacionais da Europa, com base em indicadores de seis áreas temáticas: direitos e informação dos doentes, acessibilidade, resultados, diversidade e abrangência dos serviços prestados, prevenção e produtos farmacêuticos.

Entre os 35 países avaliados, Portugal obteve a 14.ª posição, a mesma que já tinha obtido em 2016, continuando ainda de fora do “clube dos 800”, ou seja, dos países que obtiveram 800 pontos nos indicadores avaliados, para os quais o máximo é mil.

Com 747 pontos obtidos, Portugal registou uma diminuição de 28 pontos o que, segundo os autores do ‘ranking’, se deveu a um maior aperto dos critérios.

Ainda assim, a classificação que os serviços de saúde portugueses obtiveram permitiu-lhes ficar à frente dos do Reino Unido (15.º), Espanha (18.º), Itália (21.º) e Irlanda (24.º).

Para a Health Consumer Powerhouse, a Holanda tem o melhor sistema de saúde europeu, tendo obtido a medalha de ouro nesta avaliação, sendo seguida pela Suíça (2.º) e a Dinamarca (3.º).

Entre a melhoria dos indicadores registados por Portugal constam os relativos aos direitos e informação dos doentes, aos resultados e à prevenção.

Um dos indicadores avaliados refere-se ao custo com os cuidados ao doente, no qual Portugal se encontra em penúltimo lugar, gastando menos de metade do que despende a vencedora Holanda.

Os autores do documento sublinham, contudo, que os internamentos prolongados, nos quais apostam os países que os podem pagar, como a Holanda, Suíça ou Itália, não devem ser uma solução para quem não tem recursos, criticando assim a Bulgária, a Roménia e a Albânia, os três países com custos mais elevados nesta área e que “não os podem pagar”.

Nesta avaliação, elaborada com o recurso às cores vermelho, amarelo e verde, que classificam de mau, de mais ou menos e de bom os vários indicadores, Portugal obteve 21 classificações positivas, como no acesso à terapia contra o cancro em menos de 21 dias, na mortalidade infantil, na perda de potenciais anos de vida ou no transplante de rins.

Com a cor amarela foram 18 os indicadores que Portugal recebeu, entre os quais o acesso ao médico de família no próprio dia, a sobrevivência ao cancro ou a depressão.

Os sinais vermelhos foram para seis indicadores, nos quais se consta o acesso direto a um médico especialista, as infeções hospitalares ou o número de cesarianas.

Um dos indicadores em que Portugal obtém um dos piores resultados é o nível das infeções em ambiente hospitalar, na avaliação da bactéria MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina). Neste indicador, Portugal está em terceiro lugar, seguindo Malta (2.º) e a Roménia (1.º).

Portugal recebeu também sinal vermelho no número de cesarianas, ocupando o sétimo lugar e a registando o dobro das intervenções que realiza a Holanda.

A classificação de Portugal é positiva ao nível dos abortos realizados por cada mil nados vivos, mas também nos tempos médios de espera nos serviços de urgência, na cobertura dos cuidados de saúde oral e no número de horas de atividade física no período escolar.

Portugal registou pontuação máxima nos dois novos indicadores introduzidos em 2017: acesso informático do processo clínico do doente e percentagem de doentes com diabetes diagnosticados e controlados.

 

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