Pedro Nuno Santos diz que o Governo quer resolver problemas do SNS “com telefonemas”
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse hoje que o Governo da AD “desistiu do Serviço Nacional de Saúde” e procura “resolver os problemas com telefonemas”, a propósito do novo funcionamento das urgências de ginecologia.
“Este encerramento das portas às nossas grávidas e às nossas mulheres que precisam de recorrer aos hospitais e aos serviços de obstetrícia é muito preocupante”, afiançou o líder do PS, em Évora.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Nuno Santos considerou que, “claramente”, tal significa que “este é um Governo que desistiu do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e julga que pode resolver os problemas com telefonemas”.
As questões da saúde, em particular o novo modelo de funcionamento das urgências de ginecologia e obstetrícia, foram abordadas pelo secretário-geral socialista à margem de uma sessão em Évora para apresentação dos cabeças de lista do partido ao distrito nas eleições autárquicas de 2025.
Na sexta-feira, foi publicada uma portaria do Ministério da Saúde que estabelece a necessidade de um contacto telefónico prévio com a linha SNS 24 antes do acesso às urgências de Obstetrícia e Ginecologia.
Este novo modelo arranca, a partir de segunda-feira, em fase-piloto em algumas unidades locais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e Leiria, com previsão de alargamento a todo o país após três meses.
Para Pedro Nuno Santos, o executivo liderado por Luís Montenegro é “incapaz” de resolver problemas do SNS, como o da falta de médicos ou das urgências.
“A linha SNS Grávida [já] mostrou é que a maioria das mulheres que liga é encaminhada na mesma para as urgências. Portanto, é mais uma decisão que nos preocupa”, disse.
“[A saúde] era uma área para a qual o Governo tinha feito muitas promessas. Infelizmente, cada dia que passa é a prova de que o Governo é incapaz de resolver aquela que é uma área onde nós temos mais necessidades e também temos problemas”, criticou.
Aludindo ainda a serviços de urgência encerrados, Pedro Nuno Santos considerou que “a situação na saúde em Portugal é preocupante” e frisou que a equipa do Ministério da Saúde “já mostrou que não tem capacidade para resolver os problemas”.
A necessidade de submeter a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) as obras de ampliação do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, anunciada hoje pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), foi outro dos assuntos abordados pelo líder do PS, para deixar críticas ao executivo de Montenegro.
Argumentando que “O PS sempre disse” que este passo era necessário, Pedro Nuno Santos ironizou que este caso, “mais uma vez, mostra a diferença entre a apresentação de um ‘powerpoint’ ou de uma decisão e a sua concretização”.
“Este Governo, quando tomou posse, quis passar a ideia de era capaz de decidir e decidia rápido. E tanto decidia rápido como decidiu mal”, argumentou, opinando que “muito dificilmente” será possível “uma declaração de impacto ambiental”.
O que “prova que a solução transitória” do Governo “até haver novo aeroporto em Alcochete não funciona, não é viável. E mais uma vez se prova aqui a incompetência e a incapacidade do Governo de perceber a diferença entre um anúncio e a concretização”, insistiu.
RRL (HN/LFS) // MLL
By Impala News / Lusa
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