Pamela Anderson explora vida de dançarina envelhecida em filme de Gia Coppola
No novo filme de Gia Coppola “The Last Showgirl”, que se estreia hoje nos cinemas norte-americanos, a atriz Pamela Anderson explora a vida de uma dançarina envelhecida cujo espetáculo em Las Vegas vai ser cancelado.
“Há muitos paralelos entre mim e Shelly, e senti que podia ir buscar muito à minha vida pessoal”, disse Pamela Anderson, num evento especial de antecipação em Los Angeles. “Sinto que tive esta vida linda e confusa, com muitos momentos interessantes que podia trazer para isto.”
No filme, Shelly vê-se confrontada, aos 57 anos, com o fim de um espetáculo icónico de dança e ‘glamour’ que estava em palco há mais de trinta anos no Jubilee Theater, em Las Vegas. Sem a arte que comandou a sua vida, levando-a a sacrificar até a relação com a filha, a personagem procura sentido e outro caminho no futuro.
“Sinto que temos muitos paralelos, com o amor pela nostalgia, pela beleza e pelo ‘glamour'”, disse Pamela Anderson. A atriz, que esta semana foi nomeada para os Globos de Ouro pelo desempenho no filme, fez furor no último ano ao aparecer em passadeiras vermelhas sem qualquer maquilhagem, algo que repetiu neste evento.
Anderson quase não recebeu o argumento que lhe tinha sido enviado porque o documento foi parar a um agente com quem já não trabalhava. A realizadora Gia Coppola pensou nela depois de ver o documentário de 2023 “Love, Pamela”.
“Vi que esta mulher tinha tido uma vida muito interessante e que a forma como aborda a vida é similar à de Shelly, que tenta sempre tornar uma carranca num sorriso”, disse Coppola, no mesmo evento.
A realizadora pegou num argumento que tinha sido escrito há 13 anos por Kate Gersten, que se inspirou no verdadeiro teatro Jubilee e no seu espetáculo de ‘showgirls’, iniciado em 1981. Gersten estava a fazer um trabalho enquanto estudante de escrita em Nova Iorque e viajara até Las Vegas, onde assistiu a uma atuação de “Jubilee!”.
“Havia 15 pessoas numa casa com capacidade para 1.000 e eu não podia acreditar no estado deste espetáculo incrível, apesar de antiquado”, contou Gersten. “Fiquei impressionada, além de sempre ter sido fascinada por Las Vegas”.
O verdadeiro ‘show’ “Jubilee!” teve a maior duração de sempre em Las Vegas, mantendo-se nos palcos do hotel-casino Bally’s durante 35 anos até à derradeira sessão, em fevereiro de 2016. O filme conseguiu obter roupas do espetáculo e muitas das dançarinas que se veem no ecrã eram do elenco.
“Las Vegas é muito do tipo, fora com o velho e venha o novo, vamos demolir edifícios”, disse Pamela Anderson. “Mas não podemos demolir uma pessoa e creio que ela [Shelly] carrega isso”.
A atriz sublinhou a qualidade do argumento e a força das personagens femininas, com várias gerações que enfrentam obstáculos. Jamie Lee Curtis é uma delas, retratando Annette, ex-dançarina que agora trabalha como empregada no casino.
Outra é Marianne, interpretada por Brenda Song, que também tem de lidar com o cancelamento do espetáculo. “Quem é que não quer ser uma ‘showgirl’?” questionou a atriz, considerando o trabalho no filme “absolutamente incrível”.
“Estávamos a usar peças de arquivo do Bob Mackie [criador dos figurisnos do espetáculo], que nunca tinham saído do teatro Jubilee em trinta anos”, referiu.
A canção original escrita para o filme, “Beautiful That Way”, de Miley Cyrus, acaba de ser nomeada para os prémios da Associação de Críticos (Critics Choice Awards).
O filme de Gia Coppola vai primeiro para os cinemas norte-americanos e deverá chegar à Europa em janeiro de 2025. Os direitos no mercado europeu foram adquiridos pela Sony Pictures Worldwide.
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