
Legislativas: CDU diz que acusação de Costa de irresponsabilidade faz “ricochete”
“António Costa vai repetindo que foi uma irresponsabilidade precipitar eleições no contexto de uma pandemia. Ora, vai ter de perceber que esta é uma acusação que faz ricochete na realidade e o atinge em cheio”, sustentou João Ferreira, defendendo que “a irresponsabilidade” foi rejeitar as propostas apresentadas pela CDU no âmbito do Orçamento do Estado.
Em Setúbal, durante o primeiro comício da campanha oficial para as eleições legislativas de 30 de janeiro, o antigo eurodeputado comunista disse que vê em António Costa “a sobranceria” de querer uma maioria absoluta e de dizer “que a primeira coisa que vai fazer é apresentar a mesma proposta de Orçamento que sabe que não tem as soluções que são necessárias”, nomeadamente para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os problemas que o SNS vive têm duas consequências óbvias: uma pior prestação de cuidados de saúde à população e o aumento do desinteresse dos profissionais em trabalhar no setor público.
Carreiras pouco atrativas e com remuneração mais baixa, prevalência da precariedade e desinvestimento nas infraestruturas contribuem para que os profissionais de saúde desistam de querer trabalhar no SNS, completou João Ferreira.
E ainda no plano da responsabilização, o membro da comissão política do Comité Central do PCP disse que “a irresponsabilidade” está “na recusa das soluções que são necessárias para salvar o SNS e para garantir a resposta de que as populações necessitam, ao nível das consultas, dos exames e das cirurgias”.
São propostas da CDU neste domínio, incluídas no compromisso eleitoral do PCP, aumentar e fixar o número de profissionais no SNS, assim como criar a opção de dedicação exclusiva de médicos e enfermeiros, com uma majoração de 50% da remuneração base.
Também está equacionado pelos comunistas a criação de incentivos para fixação de médicos e enfermeiros em regiões do país carenciadas, através de uma bonificação de 50% da remuneração base, auxílio de despesas, como, por exemplo, a habitação, e contagem do tempo de serviço para aposentação.
A campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro começou hoje e vai decorrer até dia 28.
Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) – que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática – elegeu 12 deputados (10 do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna.
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By Impala News / Lusa
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