Hospital Santa Maria enviou 137 mulheres para abortar no privado

Hospital de Santa Maria enviou 137 mulheres para abortarem numa clínica privada durante o período em que a consulta esteve encerrada

Hospital Santa Maria enviou 137 mulheres para abortar no privado

O hospital de Santa Maria, em Lisboa, enviou 137 mulheres para realizarem interrupção voluntária de gravidez numa clínica privada durante o período em que a consulta esteve encerrada, no início do ano, por falta de profissionais de enfermagem.

A primeira consulta de interrupção voluntária de gravidez (IVG) no maior hospital do país esteve encerrada no início do ano por falta de enfermeiros especialistas, tendo sido retomada no dia 1 de fevereiro.

O presidente da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde está integrado o Santa Maria, está esta quarta-feira a ser ouvido no parlamento sobre o encerramento desta consulta, a pedido do PCP.

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Carlos Martins disse aos deputados que 137 utentes foram enviadas para realizar interrupção da gravidez no privado, e por escolha da mulher, durante o período de encerramento da consulta. Daquelas 137 utentes, 127 utentes abortaram através de método cirúrgico e apenas 10 fizeram-no por método medicamentoso.

Alguns deputados questionaram Carlos Martins sobre o recurso a uma clínica privada, com o responsável a indicar que foi acautelado o interesse público.

“A nossa lógica é sempre procurar resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS), depois nas parcerias público-privadas, porque fazem parte do perímetro do SNS, e por último no privado. Mas fá-lo-emos sempre que estiver em causa a segurança e o risco do utente e a lista de espera”, afirmou Carlos Martins.

O administrador do CHLN indicou que os preços pagos à clínica privada que realizaram as interrupções de gravidez neste âmbito foram negociados e ficaram abaixo do que está definido na portaria que estabelece os valores do aborto por desejo da mulher até às 10 semanas de gravidez.

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As primeiras consultas de interrupção de gravidez foram retomadas dia 1 de fevereiro, sendo que tiveram de ser recrutados novos enfermeiros especialistas.

A falta de enfermeiros de saúde materna e obstetrícia resultou num movimento nacional desses enfermeiros especializados, que no verão passado, durante largas semanas, deixaram de cumprir funções de especialista por não serem pagos para o efeito.

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