Filme “Anora” do norte-americano Sean Baker vence Palma d’Ouro de Cannes

O filme “Anora”, do norte-americano Sean Baker, venceu a Palma de Ouro do 77.º Festival de Cinema de Cannes (França), numa edição que termina hoje e que também distinguiu Miguel Gomes e Daniel Soares.

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O júri da competição oficial, presidido por Greta Gerwig, atribuiu a Palma de Ouro de melhor longa-metragem a “Anora”, de Sean Baker, uma “história de Cinderela” sobre uma jovem prostituta de Nova Iorque que se casa com o filho de um oligarca russo, que lhe trará problemas.

Nos agradecimentos, Sean Baker dedicou o prémio “a todas as trabalhadoras do sexo” e afirmou que continuará a fazer filmes para que sejam exibidos nas salas de cinema.

Na competição de longas-metragens, o Prémio de Melhor Realização distinguiu pela primeira vez um filme português, com “Grand Tour”, de Miguel Gomes, protagonizado por Crista Alfaiate e Gonçalo Waddington e cuja produção, de Filipa Reis, da produtora Uma Pedra no Sapato, incluiu um périplo pela Ásia, meses antes da pandemia da covid-19.

Há 18 anos que Portugal não tinha um filme na competição oficial de Cannes, desde que, em 2006, foi selecionado “Juventude em Marcha”, de Pedro Costa.

Na cerimónia de hoje, destaque ainda para a atribuição de um Prémio Especial para “Les graines du figuier sauvage” (“As sementes da figueira selvagem”), filme do iraniano Mohammad Rasoulof, que fugiu do Irão e se apresentou em Cannes, onde também recebeu o prémio FIPRESCI, da crítica internacional, e o prémio do Júri Ecuménico.

Na competição oficial, o Grande Prémio foi para “All We Imagine as Light”, de Payal Kapadia, e o Prémio do Júri foi para “Emilia Pérez”, de Jacques Audiard, um filme que mereceu ainda um prémio coletivo de Melhor Atriz para as interpretações de Adriana Paz, Zoe Saldaña, Karla Gascón e Selena Gomez.

Na competição oficial de curtas-metragens, o realizador português Daniel Soares venceu uma menção especial com o filme “Bad for a moment — Mau por um momento”, sobre um arquiteto que, fruto de um incidente, tem de encarar a realidade de um bairro popular que o seu atelier está “a gentrificar”.

Nas curtas-metragens, Cannes atribuiu a Palma d’Ouro, em 2009, a “Arena”, de João Salaviza.

Este ano, o prémio máximo de melhor curta-metragem foi para o filme “The man who could not remain silent”, de Neboljsa Slijepcevic.

O 77.º Festival de Cannes, um dos mais importantes e antigos da indústria cinematográfica, começou no dia 14 e terminou hoje com uma cerimónia em que foi ainda atribuído um prémio de carreira ao realizador e produtor norte-americano George Lucas.

O prémio foi-lhe entregue pelo cineasta norte-americano Francis Ford Coppola.

SS // MAG

By Impala News / Lusa

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