As quatro crianças, a mais velha nascida em 2011 e a mais nova em 2017, que foram vendidas pelos pais biológicos por 20 mil euros podem acabar por ficar com as famílias que as compraram.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias que cita um especialista em Direito de Família e Menores.

Os tribunais de França, Luxemburgo e Suíça, países onde vivem as crianças, terão de ter sempre em conta o superior interesse dos menores e, por essa razão, poderão considerar que retirar os menores à nova família é pior do que mantê-los integrados, mesmo que disso resulte um benefício ao infrator.

“Há casos em que a desintegração seria muito pior do que continuarem integradas”, explicou António Fialho, juiz especialista em Direito de Família e Menores e membro da Rede Internacional de Juízes da Conferência da Haia de Direito Privado, citado pelo Jornal de Notícias.

A PJ, através da Diretoria do Norte, deteve dois suspeitos, com 41 e 45 anos de idade e residentes no Grande Porto da prática de crimes de tráfico de recém-nascidos. A mulher, de nacionalidade brasileira, ficou em prisão preventiva e o homem, português, obrigado a apresentações periódicas e foram denunciados por um vizinho que apesar das gravidezes constantes, nunca via crianças.

“Uma coisa é intervir quando uma criança tem dias ou meses, outra é quando tem seis ou sete anos e foi bem tratada”, também já tinha dito o diretor da PJ do Porto.

“As crianças seriam geradas com o objetivo de serem vendidas”, disse Norberto Martins, durante a conferência de imprensa da PJ do Norte, na quinta-feira à tarde. O diretor revelou também que as quatro crianças, a mais velha nascida em 2011 e a mais nova em 2017, terão sido “vendidas a cidadãos europeus”, e que entre as famílias de destino “existem portugueses”.

 

LEIA MAIS: Sinalizadas 26 vítimas de tráfico de seres humanos na zona de Beja

Siga a Impala no Instagram