Covid-19: Rui Rio critica Temido por manter fechado hospital de Miranda do Corvo

O líder do PSD criticou hoje uma ministra da Saúde que “pede ajuda de forma dramática”, mas mantém fechado “há quase dois anos” um hospital em Miranda do Corvo, um “exemplo lamentável” que questiona se será o único.

Covid-19: Rui Rio critica Temido por manter fechado hospital de Miranda do Corvo

O líder do PSD criticou hoje uma ministra da Saúde que “pede ajuda de forma dramática”, mas mantém fechado “há quase dois anos” um hospital em Miranda do Corvo, um “exemplo lamentável” que questiona se será o único.

“Imagine-se em Portugal um hospital pronto há quase dois anos com os plásticos em cima das camas e dos equipamentos porque o Ministério da Saúde, que pede ajuda, não faz o contrato que deve fazer”, disse Rui Rio, em declarações aos jornalistas na sede do PSD no Porto.

Rio disse desconhecer se “a razão é política ou pessoal ou partidária”, mas criticou Marta Temido por esta, “com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a rebentar pelas costuras” manter Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, fechado.

“A ministra da Saúde vem dizer em público — e tinha-me dito a mim perante o primeiro-ministro numa reunião há 15 dias — que o Hospital Compaixão, pronto e fechado, estava com acordo de 80 camas para servir a população do distrito de Coimbra, quando se veio a verificar que continua fechado”, descreveu Rui Rio, referindo-se a este caso como “um exemplo lamentável”.

E questionou: “Podemos todos estar seguros que não há mais caso nenhum? Não há mais nenhum caso do serviço privado e social que não esteja devidamente articulado?.

Sobre esta matéria, na terça-feira, a ministra da Saúde sublinhou que não há recursos humanos no Hospital de Miranda do Corvo e apelou aos partidos que parem de “enganar os portugueses” quando dizem que a instalação não está a ser aproveitada.

O tema foi levantado pelo deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, na reta final do primeiro debate do ano com o Governo sobre política geral, na Assembleia da República, que durou mais de três horas.

“Não há um hospital onde há camas e onde há espaço, isso não é um hospital. Paremos de enganar os portugueses. Há enfermeiros para mandar para lá? Há médicos para mandar para lá? Não há. Houvesse e seria isso que faríamos agora”, respondeu a ministra.

Mas para Rui Rio não é compreensível que “com o país nesta situação, o Governo não utilize a capacidade instalada toda”.

Numa conferência de imprensa que serviu para reagiu à decisão do Governo de encerrar a partir de sexta-feira todas as escolas, o líder do PSD também aproveitou para fazer um apelo “a todos”.

“Portugal vive uma situação dramática. A situação que Portugal vive não é muito diferente de uma guerra. Temos de estar unidos enquanto nação. Essa união enquanto nação neste momento, traduz-se no cumprimento das regras. Não interessa a cor do Governo. Não interessa se estamos muito, pouco ou nada de acordo com aquilo que é determinado, a obrigação de todos nós é cumprir”, concluiu.

Rui Rio sublinhou, na segunda semana consecutiva em que Portugal regista novos máximos diários de mortes e de infeção pelo novo coronavírus, que “os portugueses têm de estar unidos contra o inimigo comum”.

“Essa união traduz-se em cumprir as regras. Cumprir as regras é ficar em casa e só sair para situações que têm força maior”, frisou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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