Clima é “desafio decisivo” e NATO quer reduzir emissões a zero até 2050
O secretário-geral da NATO disse hoje que as alterações climáticas são um “desafio decisivo” e anunciou o objetivo de até 2050 reduzir a zero as emissões poluentes das missões e atividades da organização.
“Até 2030, reduziremos as emissões em pelo menos 45%, reduzindo as emissões líquidas a zero até 2050”, afirmou Jens Stoltenberg, na abertura de um fórum de debates em Madrid, organizado pelo centro de estudos espanhol Real Instituto Elcano, no âmbito da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que decorre na capital espanhola esta semana.
Stoltenberg disse que aquilo será conseguido com a transição dos combustíveis fósseis para outras fontes de energia, assim como com a utilização de novas tecnologias verdes nos equipamentos militares que, em simultâneo, deverão ser também as mais eficazes no futuro. A este propósito, o dirigente da NATO alertou para o perigo que representa a China, país onde estão a ser desenvolvidas e produzidas muitas destas tecnologias verdes.
A guerra na Ucrânia, após a invasão russa de 24 de fevereiro, mostrou “o perigo da demasiada dependência de regimes autoritários”, alertou Stoltenberg, para quem não se pode “substituir uma dependência por outra” e é preciso diversificar fontes de energia e fornecedores. Na cimeira de Madrid, a Aliança Atlântica, de cooperação militar, vai aprovar um novo Conceito Estratégico, o documento que orienta as opções da NATO para a próxima década e que, segundo Stoltenberg, vai estabelecer que as alterações climáticas “são um desafio decisivo”.
“As alterações climáticas são um multiplicador de crises. A meteorologia extrema devasta comunidades, alimenta tensões e conflitos”, afirmou, dizendo que ao serem importantes para garantir a paz, as alterações climáticas “são importantes para a NATO”. “Isto implica três coisas para a NATO: aumentar o nosso conhecimento, adaptar a nossa aliança e reduzir as nossas próprias emissões”, acrescentou. Stoltenberg alertou também para o risco de cada estado-membro da NATO optar por um caminho próprio nesta transição para tecnologias verdes e sem emissões poluentes, criando “um mosaico de sistemas incompatíveis”, e considerou que a organização é a plataforma ideal para os países se coordenarem.
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