Angola necessita de programa institucionalizado para rastrear, prevenir e cuidar do cancro
Angola precisa de um “programa de rastreio institucionalizado” para detetar casos precoces de cancro da mama e colo do útero, o que permitiria uma cobertura de cerca de 80% da população, defenderam hoje as autoridades sanitárias.
Angola precisa de um “programa de rastreio institucionalizado” para detetar casos precoces de cancro da mama e colo do útero, o que permitiria uma cobertura de cerca de 80% da população, defenderam hoje as autoridades sanitárias.
Este entendimento foi expresso pelo chefe da secção de Doenças Crónicas não Transmissíveis da direção nacional de Saúde Pública de Angola, António Armando, quando discursava, em Luanda, no ato central do Dia Mundial de Luta contra o Cancro.
António Armando, que falava sobre a “Epidemia do Cancro – Desafios para Prevenção e Controlo” da doença, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) “estima que Angola regista em média 10.000 casos”, dos quais cerca de 7.000 terminam em óbito.
“Esses dados são preocupantes, mas a preocupação maior é que com o tempo temos registado uma tendência crescente, o que implica dizer que se não forem implementadas medidas consistentes de prevenção e controlo, o número de casos vai continuar a aumentar”, realçou.
Porque, observou, “hoje em dia as pessoas expõem-se mais aos fatores de risco e outro aspeto importante, a idade das pessoas começa a aumentar, sendo este um fator dos riscos para o cancro”.
O chefe da secção de Doenças Crónicas não Transmissíveis da direção nacional de Saúde Pública defendeu também a “institucionalização de programas de prevenção”, recordando mesmo que o país “carece de um sistema de cuidados paliativos institucionalizado e abrangente”.
“O mesmo se aplica em relação ao diagnóstico e tratamento do cancro. Temos em Angola apenas uma unidade sanitária especializada, para responder uma necessidade de mais de 26 milhões de habitantes, é insuficiente”, frisou.
Segundo António Armando, Angola precisa também de um registo de base populacional, instrumento para aferir a real dimensão da situação do cancro no país.
“Nós infelizmente ainda não temos este registo de cancro de base populacional implantado a nível do país, a nível da saúde pública estamos a trabalhar para o efeito e os dados que temos são do Instituto Angolano de Controlo do Cancro, ou seja, daqueles pacientes que recorrem àquela unidade sanitária”, explicou.
No ato central do Dia Mundial de Luta contra do Cancro, que decorreu sob o lema “Nós Podemos, Eu Posso”, o responsável exortou igualmente a sociedade a se envolver “de mãos dadas na implementação de medidas que visam reduzir o impacto negativo da doença”.
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