Um certo tipo de sorriso pode reparar relações prejudicadas pela desconfiança

O sorriso pode ser a chave para abrir mil portas, mas sorrir indiscriminadamente pode ser perigoso, revela estudo de ciências sociais.

Um certo tipo de sorriso pode reparar relações prejudicadas pela desconfiança

As conclusões de um recente estudo de ciências sociais confirma que o sorriso pode ser a chave para abrir mil portas. Contudo, sorrir em todas as situações indiscriminadamente pode ser perigoso, revela estudo de ciências sociais. São necessários 400 músculos para sorrir, mas para sorrir de acordo com a ocasião é necessário saber-se mais do isso.

Os cientistas da Queen’s University Belfast – Universidade Queen de Belsfast, na Irlanda, descobriram que diferenças subtis na forma como uma pessoa sorri têm impactos muito pouco impercetíveis, concluem os participantes deste estudo. “Sorrir para outra pessoa nem sempre leva à confiança e à cooperação”, nota Stephanie Carpenter, da Universidade do Michigan e coautora do estudo. “Diferenças subtis num sorriso podem ter um impacto real sobre se as pessoas confiam umas nas outras e escolhem cooperar. Na verdade, a forma como sorrimos numa situação boa ou má afeta a confiança que os outros têm para connosco.”

Ao participar num conjunto de jogos de cariz económico, que exigiam confiança para criar valor para ambos os jogadores – ou que possam conferir mais-valor aa uma única pessoa disposta a enganar –, o indivíduo em questão exibiu inicialmente comportamento não cooperativo e, assim, desencadeou perda de confiança. Dependendo das características do sorriso esboçado no final do jogo pelo sujeito, os participantes alteraram as expectativas de como o sorriso se seria na seguinte rodada do jogo.

Três tipos de sorriso

Foram registados três tipos de sorriso, rotulados de recompensa, domínio e afiliação. As três palavras diminuem a reação emocional que se desencadeia e olhar para cada uma delas invoca sentimentos fortes e prováveis ​​lembranças de ter visto tais expressões anteriormente. Após um comportamento indigno de confiança, ou não cooperativo, um sorriso de recompensa – de orelha a orelha – e um sorriso de dominância, malicioso, em sinal de superioridade, que suscitou muito pouca confiança, expectativas de mudança de comportamento e positividade.

Uma expressão totalmente neutra, ou um olhar de arrependimento, por outro lado, significa que por vezes o sorriso pode criar sentimentos negativos ainda mais fortes do que não sorrir. Todavia, o “sorriso de afiliação”, que parece ter um toque de arrependimento, como o que alguém faria ao consolar um amigo, gerou desejo de reparar o relacionamento rompido e de confiar em quem acabava de fazer algo sem o propósito percecionado.

“Pense nos maus-da-fita do cinema. Por exemplo, nos filmes de James Bond”, sugere Magdalena Rychlowska, da University de Queen, que liderou a pesquisa publicada no jornal Cognition and Emotion. “Os maus-da-fita costumam ter sorrisos felizes quando algo mau aconteceu ou está para acontecer. Este contexto faz com que esses sorrisos felizes e normais pareçam ameaçadores e desagradáveis.”

“Os resultados deste estudo mostram o poder das expressões faciais – ainda que muito subtis – e as consequências positivas que um sorriso de afiliação pode ter em situações difíceis. Também destaca a importância do contexto social – um sorriso feliz pode ser lido como sinal de confiança, mas, noutro contexto, pode ser interpretado como evidência de más intenções.” O domínio do sorriso pode, portanto, ser uma excelente forma de sair de situações sociais difíceis e, em contraposição, a falta dele pode ser uma excelente forma de entrar suscitar um ambiente controverso.

Imagem: Universidade Queen de Belfast

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