Príncipe Harry: Revelações bombásticas expõem ‘podres’ da família real

As revelações chocantes de Harry sobre a família real continuam. No livro de memórias Na Sombra, o príncipe conta que Carlos lhe disse não saber se era mesmo seu pai e expõe agressões físicas do irmão. Mas há mais, muito mais.

Sucedem-se as revelações chocantes de Harry sobre a família real. Vários exemplares do livro de memórias do príncipe, Spare (que em Portugal ganha o nome de Na Sombra), chegaram ao mercado espanhol antes do tempo e excertos da obra, que só deveria estar à venda a 10 de janeiro, estão a ser partilhados nos meios de comunicação britânicos.

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Harry conta tudo e não se retrai em nada. Num dos últimos excertos divulgados, o príncipe revela que o pai, o rei Carlos III, lhe disse que não sabia se seria mesmo seu pai. A pergunta terá sido feita em tom de brincadeira, após uma visita a um hospital psiquiátrico, onde o monarca conheceu onde um homem que dizia ser o príncipe de Gales. “Quem sabe se sou eu o teu pai verdadeiro? Talvez o teu pai esteja realmente em Broadmoor, meu querido filho”, terá dito Carlos III. O duque de Sussex considerou a piada ofensiva e “de mau gosto”. Na época circulavam rumores de que Harry poderia ser fruto da alegada relação extraconjugal de Diana com o major James Hewitt. As parecenças físicas do príncipe com o amante da mãe levaram alguns jornalistas a tentar recolher amostras de ADN para descobrirem a verdade.

Percorre túnel onde a mãe morreu e à mesma velocidade

Outra das revelações bombástica incluída em Spare está relacionada com a morte da princesa Diana – que aconteceu a 31 de agosto de 1997, na sequência de um acidente de carro no túnel da Pont de l’Alma em Paris. Harry conta que atravessou, duas vezes, o túnel onde a mãe morreu, e à mesma velocidade. Foi em 2007, uma década após o fatídico acidente. Na altura, o duque tinha 23 anos e estava na capital francesa a propósito da final do Mundial de Rugby. Foi uma tentativa de fazer as pazes com o passado e encerrar um capítulo. Mas não conseguiu.

“Quando fui à final do Mundial, foi-me providenciado um motorista. Na minha primeira noite pela cidade luz [Paris], perguntei-lhe se ele conhecia o túnel onde a minha mãe…”, escreveu. “Observei os seus olhos pelo retrovisor. ‘O túnel chama-se Pont de L’Alma’, disse-lhe. Sim, ele sabia disso. E eu quero passar por isso. ‘Quer passar pelo túnel?’. ‘A 105 quilómetros por hora, para ser mais preciso. Sim, a velocidade exata a que o carro da minha mãe estava a circular, de acordo com a polícia, no momento do acidente. E não a 193 quilómetros por hora, como a imprensa disse”, pode ler-se.

“Quando o carro entrou no túnel, inclinei-me para a frente, observei a mudança de luz para uma espécie de laranja-água, observei os pilares a passar rapidamente. Contei-os, assim como contava as pulsações do meu coração. E em poucos segundos, saímos do túnel. Sentei-me. E silenciosamente disse: ‘É só isto?. Não é nada, é apenas um túnel reto’”, continua. “Sempre imaginei um túnel com uma espécie de passagem traiçoeira, perigoso, mas era apenas um túnel curto, simples. Não há razão para que ela tenha morrido aqui”, refere.

O príncipe voltou a passar no local mais uma vez. “Queria sentir naquele túnel o mesmo que senti quando recebi os relatórios da polícia [com os detalhes da morte da mãe]. Incredulidade. Dúvida. Em vez disso, naquela noite, todas as dúvidas se dissiparam.” Mais à frente na história, assume que achou ter sido uma “péssima ideia” a vontade de ter passado pela experiência.

Relata que foi agredido pelo irmão William

Uma história que, também, foi ‘trazida’ para o livro do filho mais novo do rei Carlos III é a da agressão física de que terá sido alvo por parte do irmão. Harry relata que foi agredido pelo irmão William, em 2019, durante uma conversa privada entre os dois, em Nottingham Cottage, quando ainda morava lá com a mulher, Meghan Markle. O agora príncipe de Gales terá apelidado a cunhada de “difícil”, “rude” e “abrasiva”. O duque de Sussex não gostou. A discussão subiu de tom e acabou em agressão.

“Aconteceu tudo tão rápido. Muito rápido. Ele agarrou-me pelo colarinho, arrancou-me o meu colar e atirou-me para o chão. Caí na tigela do cão, que se partiu debaixo das minhas costas e os estilhaços cortaram-me”, de acordo com o relato escrito no livro. Mais tarde, William parecia arrependido e terá pedido ao irmão que não contasse o sucedido a Meghan. Primeiro, o duque de Sussex terá ligado ao terapeuta para desabafar, mas não conseguiu esconder por muito tempo os arranhões e hematomas da mulher.

William e Kate convenceram Harry a usar uniforme Nazi

Em “Na Sombra”, o príncipe volta a abordar a polémica em que se viu envolvido em 2005, quando tinha 21 anos, por ter surgido num baile de máscaras com um uniforme nazi. Harry revela que foi incentivado pelo irmão e pela cunhada, Kate Middleton, a usar o polémico fato. Pediu-lhes a opinião e que o ajudassem a decidir esse e um fato de piloto. “Liguei para o Willy e a Kate, perguntei o que eles achavam. Uniforme nazi, responderam”, terão dito. Harry diz ainda ter vestido a farda diante do casal, que lhe garantiu que estaria perfeito para a ocasião.

Este episódio foi notícia em todo o mundo e obrigou o príncipe a fazer um pedido de desculpas público. O neto de Isabel II já tinha falado sobre este tema. No documentário Harry & Meghan, da Netflix, o duque disse que usar aquele disfarce foi “um dos maiores erros” da sua vida.

Harry e William pediram ao pai para não se casar com Camilla

Carlos e Camilla foram amantes durante anos, uma relação que ensombrou o casamento do, então, príncipe com Diana. Oito anos após a morte de Lady Di, o polémico casal oficializou a relação. O casamento aconteceu em abril de 2005. Harry conta no livro que, juntamente com o irmão, pediram ao pai para não voltar a casar-se, pois temiam que Camilla fosse uma “madrasta malvada como nas histórias”. Garante, contudo, que nada fizeram para atrapalhar o relacionamento.

O príncipe conta que o pai procurou a aprovação dos filhos antes de apresentar Camilla ao público. Segundo o Daily Mail, o duque de Sussex explicou que se preparou para o primeiro encontro com Camilla como para uma injeção: “fecha os olhos e nem sequer a sentirás”.

Matou 25 pessoas no Afeganistão

Harry foi militar durante dez anos e fez seis missões no Afeganistão enquanto militar, nas quais “ceifou vidas humanas”. “O meu número é 25. Não é um número que me encha de satisfação, mas que também não me deixa envergonhado”, assume no livro. Mas na altura do combate, o príncipe não pensaria nestas pessoas como “humanos”, mas sim como “peças de xadrez” que precisavam de ser retiradas do tabuleiro.

“Fiz com que se tornasse o meu propósito, desde o primeiro dia, de nunca ir para a cama com dúvidas sobre se tinha feito a coisa certa (…) se matei um Taliban e apenas Taliban, sem civis nas proximidades. Queria voltar a Inglaterra com todos os meus membros, mas mais do que isso queria voltar com a minha consciência intacta”, escreve. Harry admite neste livro de memórias que, após as mortes, chegava à base e revia cada uma das mortes, assistindo aos vídeos que eram captados pelo helicóptero Apache que pilotava na altura.

O duque explica que um dos motivos pelos quais não se arrepende dessas mortes deve-se às memórias que guarda dos ataques às Torres Gémeas, no dia 11 de Setembro. Harry chegou a conhecer familiares das vítimas.

Consumiu cocaína aos 17 anos

O Duque de Sussex revela ainda, numa outra passagem do livro, que consumiu cocaína “algumas vezes” durante a adolescência. A primeira vez aconteceu aos 17 anos , durante uma caçada. “Não foi lá muito divertido, e não me fez sentir feliz como parecia fazer aos outros, mas fez-me sentir diferente, e era esse o meu principal objetivo. Sentir alguma coisa, ser diferente”, revela. Além de cocaína, conta que terá ainda fumado canábis.

Os seus hábitos não passaram despercebidos à família real. Durante o Jubileu de Ouro de Isabel II em 2002, foi confrontado com o seu consumo de drogas por um funcionário da Casa Real. E nessa reunião terá mentido, dizendo que nunca experimentou drogas, contrariando as revelações feitas agora.

“Pénis queimado” do gelo no casamento do irmão

Entre as inesperadas histórias que Harry partilha em “Spare”, está aquela que relata como ficou com o “pénis queimado” do gelo no casamento do irmão, William. Cerca de um mês antes da boda, o príncipe fez uma viagem até ao Polo Norte (em março de 2011) – tratou-se de uma grande caminhada solidária, onde arrecadou mais de dois milhões de dólares para a Walking with the Wounded.

O duque só conseguiu regressar a casa mesmo ‘em cima’ do casamento. E chegou com algumas mazelas. “O meu pai estava muito interessado e solidário com o desconforto que eu sentia nas orelhas e bochechas que ficaram congeladas”, conta, acrescentando que teve de se controlar para não partilhar demasiados pormenores, como o facto de ter o “pénis queimado” por causa do frio. “Ao chegar a casa, fiquei chocado quando vi que as minhas partes íntimas também estavam queimadas. E enquanto as orelhas e as bochechas já estavam a cicatrizar, o pénis não estava. A cada dia isso tornava-se num problema”, relata, notando que após o casamento, acabou por ir ao médico.

Perdeu a virgindade com mulher mais velha

Além das polémicas com o pai e o irmão, Harry fala também sobre a sua intimidade em “Spare” e revela que perdeu a virgindade, aos 17 anos, com uma mulher mais velha, “que amava muito cavalos”, num descampado atrás de um bar. “Subi para cima dela rapidamente, depois ela deu-me umas palmadas e segurou-me… um dos meus erros foi deixar que isso acontecesse num campo, logo atrás de um pub movimentado. Sem dúvida que alguém nos viu”, partilha.

Texto: Inês Neves; Foto: D.R.

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