Ff “Ser pai é um dos meus grandes sonhos”

É reservado e precisa de confiança para se entregar. Foi assim também nesta entrevista: FF começou mais defensivo e, aos poucos, foi-se soltando. O resultado é um homem que desde cedo teve os holofotes sobre si. É feliz como é. E grato a um país, apesar de ficar lisonjeado quando lhe dizem que a sua voz é maior do que o país.

Tens 37 anos, mas o que é certo é que os portugueses te acompanham desde muito novo, quando aos 11 anos ganhaste o Bravo Bravíssimo. Tu foste uma criança precoce, do ponto de vista artístico.

Podemos dizer que sim [sorriso]. A minha mãe conta-me que eu antes de começar a falar, acordava de manhã e ficava completamente doido com o facto de ela pôr música. Sempre tivemos o hábito de ouvir muita música e muitos géneros diferentes em casa. Mas o facto de eu reagir a estímulos musicais desde muito novo é significativo.

Não te vias a fazer um projeto musical mais pop num outro momento da tua vida?

[pausa] Não sei. Os limites do que podes chamar pop já são muito mais abrangentes. Hoje tens fado que já é absolutamente comercial, e não é menos fado por isso, muito pelo contrário.

Mas tu sentes que é apenas pelo estilo de música que tu cantas, ou há um conjunto de outros preconceitos?

Acho que não, nem quero pensar dessa maneira. Sabes que às vezes recebo muitas mensagens a dizer: “FF, que pena não te darem o devido reconhecimento”, e não sinto isso. Seria muito ingrato dizer que não me sinto reconhecido, porque efetivamente estes últimos anos da minha vida não sinto outra coisa senão o reconhecimento.

A verdade é que a maior parte de nós, quando te via no A Tua Cara Não Me É Estranha, pensava: “Este tipo não cabe neste país”.

[risos] Levo sempre isso como um grande elogio. Mas este é o meu país. Não me vejo a viver noutro lado que não este.

Tens saudades de fazer televisão? Uma novela, por exemplo?

Tenho saudades de fazer qualquer coisa relacionada com representação, não obrigatoriamente uma novela. Tenho vontade de explorar uma área que ainda é muito pouco explorada na nossa televisão, que é a ficção com boa qualidade musical. Acho que é algo que ainda está para acontecer.

És feliz?

Muito. Sinto-me muito concretizado nas várias dimensões da vida. Claro que isto não significa que não haja dias menos bons e que não haja muitas coisas que eu queria fazer e frustrações pelo meio.

Uma das coisas a fazer é ser pai?

[sorriso rasgado] Sim [os olhos brilham]. Essa é uma das coisas íntimas que nunca tive problema algum em expor. É um dos meus grandes sonhos.

 

Leia a entrevista completa na NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas

 

Texto: Nuno azinheira; Fotos: tito calado

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