Tribunal Arbitral do Desporto anula castigo a basquetebolista Ivan Almeida

O Tribunal Arbitral do Desporto considerou nula a sanção de dois jogos de castigo aplicados ao basquetebolista do Benfica Ivan Almeida, por mandar calar adeptos do FC Porto, segundo decisão hoje tornada pública.

Tribunal Arbitral do Desporto anula castigo a basquetebolista Ivan Almeida

Tribunal Arbitral do Desporto anula castigo a basquetebolista Ivan Almeida

O Tribunal Arbitral do Desporto considerou nula a sanção de dois jogos de castigo aplicados ao basquetebolista do Benfica Ivan Almeida, por mandar calar adeptos do FC Porto, segundo decisão hoje tornada pública.

O acórdão consultado pela Lusa nota a nulidade da punição aplicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Basquetebol, em 14 de julho de 2022, uma vez que a decisão foi proferida sem “ter sido precedida de audiência do arguido”, um princípio consagrado na Constituição da República Portuguesa.

A instância, junto do TAD, foi iniciada já em 05 de agosto de 2022, depois de Ivan Almeida demandar a Federação Portuguesa de Basquetebol após uma decisão que diz respeito ao jogo do título ‘encarnado’, em junho de 2022.

O basquetebolista mandou calar, com o gesto de levar o dedo indicador à boca, os adeptos portistas presentes no pavilhão, no Porto, no encontro decisivo, envolvendo-se em confrontos com um atleta dos ‘dragões’.

O incidente deu-se após o atleta das ‘águias’ ter denunciado ter sido alvo de insultos racistas nos jogos da final.

Em setembro, o mesmo Colégio Arbitral do TAD tinha julgado procedente uma providência cautelar imposta, que suspendeu a sanção, agora anulada.

O acórdão, aprovado por unanimidade, deu provimento ao recurso de Ivan Almeida, considerando que o arguido não foi notificado para se pronunciar sobre a conduta que lhe é imputada.

Em 11 de junho, o basquetebolista cabo-verdiano tinha denunciado ter sido alvo de insultos racistas no jogo frente ao FC Porto, o terceiro da final do campeonato, e mais tarde notou o mesmo no jogo seguinte, embora, segundo a resposta federativa ao TAD, o relatório do árbitro não tenha notado incidentes deste tipo nas bancadas.

“Nós no deporto temos essa voz, porque somos seguidos por muitas pessoas e podemos dar voz às pessoas que não conseguem falar”, disse, em dezembro, o internacional cabo-verdiano, em entrevista à agência Lusa.

Criticou, então, o silêncio institucional sobre o assunto, ainda que tanto o Benfica como o FC Porto se tenham depois pronunciado, e defendeu o gesto que fez, reiterando que visava “calar os racistas”, lamentando que essa atitude tenha sido interpretada como para mandar calar os adeptos.

SIF (SMM/AJO) // AJO

By Impala News / Lusa

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